Duas pessoas testaram positivo para sarampo na cidade de Campos Limpos, no estado do Tocantins, segundo informações da Secretaria de Estado da Saúde. Os casos envolvem uma criança de quatro anos e uma profissional de saúde de 29 anos, ambas não vacinadas. A suspeita é que a menina tenha contraído a doença após contato com pessoas vindas da Bolívia, país vizinho que enfrenta um surto de sarampo.
As pacientes apresentaram sintomas típicos da doença e se recuperam em casa. Amostras de sangue foram enviadas à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, para confirmação definitiva. Até que os exames laboratoriais sejam concluídos, os casos são considerados sob investigação.
Ações de bloqueio e monitoramento
O Ministério da Saúde já enviou uma equipe técnica ao município para atuar junto ao governo estadual em medidas emergenciais de contenção e bloqueio da transmissão. Entre as ações estão o isolamento e monitoramento de contatos próximos, além do reforço da vacinação na região.
“Garantir que quilombolas, indígenas e moradores de áreas rurais e remotas tenham acesso à internet de qualidade e aos serviços digitais do governo é uma prioridade do Ministério das Comunicações”, reforçou o ministro Frederico de Siqueira Filho.
Se os novos casos forem confirmados, o número de infecções por sarampo no Brasil em 2025 subirá para sete. Até o momento, os registros anteriores foram esporádicos, com ocorrências no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul, o que permite ao Brasil manter a certificação de país livre do sarampo, concedida pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) em 2023.
Risco nas fronteiras e queda na vacinação
Segundo Mônica Levi, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), os casos acendem um alerta, principalmente para estados que fazem fronteira com a Bolívia.
“As fronteiras precisam de atenção redobrada. O sarampo pode ser reintroduzido por pessoas não vacinadas vindas de países vizinhos com surtos ativos”, afirmou.
O Brasil já havia conquistado a certificação de eliminação do sarampo em 2016, mas a perdeu em 2019 após novos surtos associados à queda nas coberturas vacinais e entrada de infectados da Venezuela.
Vacina é a única proteção
O Ministério da Saúde recomenda a vacinação com a tríplice viral — que protege contra sarampo, caxumba e rubéola — para todas as pessoas que não têm certeza se já receberam as doses. Segundo a Sbim, não há riscos em tomar a vacina novamente, caso o registro anterior não exista.
- Esquema vacinal:
- Duas doses para pessoas de 1 a 29 anos.
- Uma dose única para adultos entre 30 e 59 anos.
A meta de cobertura vacinal é de 95%. Em 2025, o Brasil vacinou 91,74% das crianças com a primeira dose, mas apenas 72,74% completaram o esquema. No Tocantins, os índices são ainda mais baixos: 86% na primeira dose e apenas 55% na segunda.
Apesar dos desafios, o governo do estado afirma que mais de 300 salas de vacinação estão abastecidas, e o Ministério da Saúde garante o fornecimento nacional de imunizantes.
*Compartilhe esta reportagem do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Espírito Santo.
Siga o GIRO CAPIXABA no Instagram