A estratégia do Ministério da Saúde para reduzir o tempo de espera por cirurgias no Sistema Único de Saúde (SUS) já apresenta resultados concretos no Rio Grande do Sul. Com a ampliação do terceiro turno cirúrgico e o fortalecimento do programa Agora Tem Especialistas, o Grupo Hospitalar Conceição (GHC) – maior complexo hospitalar 100% SUS da região Sul – registrou um aumento de 202,5% no número de cirurgias realizadas em apenas dois meses, saltando de 197 procedimentos, em maio, para 596, em junho.
Esse reforço na capacidade de atendimento permitiu reduzir significativamente o tempo de espera para diversos procedimentos. As cirurgias vasculares, por exemplo, tiveram uma queda de quase três vezes, passando de 160 para 62 dias. Já as urológicas passaram de 70 para 34 dias de espera.
Durante visita ao Hospital Fêmina, em Porto Alegre, nesta sexta-feira (18), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou os avanços do programa. A unidade, referência em saúde da mulher, passou a operar em horário noturno desde junho. Só no primeiro semestre de 2025, o hospital já realizou 2.824 cirurgias, sendo 339 nos primeiros 45 dias com o terceiro turno ativo.
“Estamos priorizando cirurgias oncológicas, ginecológicas e torácicas, além de exames diagnósticos cardiológicos e ortopédicos — todas áreas onde conseguimos reduzir o tempo de espera”, afirmou Padilha.
O GHC, segundo o ministro, também zerou a fila para oncologia de mama e radioterapia na rede municipal de Porto Alegre. Ao longo da execução do programa, o Ministério da Saúde prevê divulgar balanços regionais detalhados.
Mais agilidade com digitalização
A digitalização dos processos assistenciais também tem contribuído diretamente para a eficiência dos atendimentos. O índice de faltas caiu de 23,5% para 17,6% com o envio de mais de 27 mil mensagens via WhatsApp, que agilizam a confirmação de consultas e exames.
“Nesse primeiro mês de terceiro turno com o programa Agora Tem Especialistas, aumentamos o volume de cirurgias eletivas. Esse é o sonho do presidente Lula, do ministro Padilha e da população: atendimento rápido e no tempo certo”, destacou o diretor-presidente do GHC, Gilberto Barichello.
Além das cirurgias vasculares e urológicas, o tempo de espera para mastologia caiu de 50 para 38 dias (redução de 24%) e para cirurgias oncológicas, de 32 para 28 dias (queda de 12,5%).
Expansão de horários e novas obras
O GHC também ampliou o funcionamento de suas 12 unidades de saúde, que agora atendem das 7h às 18h, sem fechar ao meio-dia. A partir do dia 22, três unidades (Conceição, Jardim Leopoldina e Parque dos Maias) passarão a funcionar até as 22h. A medida está alinhada ao “Agora Tem Especialistas”, que visa fortalecer a atenção primária e aliviar a sobrecarga da atenção especializada.
Durante a visita, Padilha participou do ato simbólico que marcou o início das obras de reforma da cozinha e do refeitório do Hospital Fêmina. As melhorias incluem a construção de um prédio anexo e a climatização de diversas áreas, com foco na humanização do atendimento e nas condições de trabalho dos profissionais.
Reconstrução pós-enchentes
A agenda do ministro em Porto Alegre também incluiu uma visita ao Hospital Mãe de Deus, unidade filantrópica que integra a rede SUS e teve áreas severamente afetadas pelas enchentes de 2024. Padilha conheceu os espaços reestruturados e os serviços atualmente oferecidos pela instituição, que retomou plenamente suas atividades.
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