O ex-presidente Jair Bolsonaro classificou como uma “suprema humilhação” a imposição de medidas cautelares determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo o uso de tornozeleira eletrônica. A declaração foi feita nesta quinta-feira (18), em entrevista a jornalistas após a instalação do equipamento, realizada na Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal.
Bolsonaro afirmou que “jamais pensou em sair do país” ou se asilar em alguma embaixada. “Sair do país é a coisa mais fácil que tem, mas nunca considerei essa possibilidade”, disse.
Medidas cautelares e risco de fuga
As medidas foram impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da Ação Penal 2668, que investiga a tentativa de golpe de Estado. Moraes justificou as ações pelo risco de fuga, citando inclusive a apreensão do passaporte do ex-presidente em fevereiro de 2024.
“A suspeita [de fuga] é um exagero”, rebateu Bolsonaro. “O inquérito do golpe é político, não há nada de concreto ali. Espero que o julgamento seja técnico e não político.”
Além da tornozeleira, Bolsonaro está proibido de
- Deixar a comarca do Distrito Federal;
- Utilizar redes sociais;
- Comunicar-se com o filho Eduardo Bolsonaro;
- Manter contato com diplomatas ou embaixadores.
O recolhimento domiciliar é obrigatório entre 19h e 6h nos dias úteis, e integral aos fins de semana e feriados.
Dinheiro em espécie e pen drive
Durante a entrevista, Bolsonaro também comentou a apreensão de US$ 14 mil e R$ 8 mil em espécie em sua residência, no Jardim Botânico, em Brasília. Segundo ele, o dinheiro tem origem comprovável:
“Sempre guardei dólares em casa, posso comprovar a origem de tudo.”
No entanto, evitou comentar sobre um pen drive apreendido em um dos banheiros da residência:
“Não tenho conhecimento”, limitou-se a dizer.
“Suprema humilhação”
Ao ser questionado sobre os motivos que levaram à decisão do STF, Bolsonaro respondeu:
“No meu entender, o objetivo é a suprema humilhação.”
As medidas ocorrem em meio ao avanço das investigações da tentativa de golpe de 2022, da qual Bolsonaro e aliados são acusados de participar para tentar se manter no poder após a derrota nas urnas.
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