O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), também conhecido como Banco do BRICS, celebrou seus 10 anos de existência com anúncios estratégicos durante a 10ª Reunião Anual da instituição, realizada no último dia 5 de julho. O encontro foi marcado pela adesão de dois novos membros, Colômbia e Uzbequistão, ampliando para 11 o total de países integrantes.
Além do Brasil, China, Rússia, Índia, África do Sul, Bangladesh, Emirados Árabes Unidos, Egito e Argélia já compõem a instituição, criada para financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável no Sul Global.
Durante o evento, a presidenta do NDB, Dilma Rousseff, destacou o avanço das estratégias de concessão de financiamentos em moedas locais, com a meta de alcançar 30% das operações nesse formato até 2026. “O banco é feito pelo Sul Global para o Sul Global”, afirmou, reforçando a missão do NDB de promover o desenvolvimento das economias emergentes de forma mais autônoma e integrada.
FMI e nova globalização
No mesmo evento, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu uma “reglobalização sustentável”, conceito que visa substituir o modelo desigual de globalização atual por um desenvolvimento mais equitativo, ambientalmente responsável e socialmente justo. Haddad revelou que os países do BRICS estão negociando um documento intitulado “Visão do Rio de Janeiro para o FMI”, que propõe uma reforma na governança do Fundo Monetário Internacional.
A proposta inclui uma maior representatividade de países da África Subsaariana, Ásia e América Latina, além de uma ênfase na tributação de grandes fortunas, na cooperação aduaneira e em novos instrumentos de financiamento climático, como o Tropical Forest Forever Facility, iniciativa que deve ser apresentada oficialmente durante a COP30, sob liderança do Brasil.
Expansão além do BRICS
A ampliação do NDB para além dos membros tradicionais do BRICS também reflete a proposta de tornar o banco uma referência para países em desenvolvimento que desejam investir em infraestrutura com menos dependência dos mecanismos tradicionais liderados por países desenvolvidos.
“Queremos um FMI mais democrático, com mais vozes do Sul Global nos fóruns decisórios. E o NDB é uma ferramenta essencial para isso”, declarou Haddad.
A Cúpula do BRICS, realizada logo após o encontro do NDB, também debateu os temas apresentados, reforçando a presidência brasileira no bloco até o fim de 2025.
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