O líder espiritual do budismo tibetano, Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama, completa 90 anos neste domingo (06) e celebra a data com milhares de seguidores no Complexo Tsuglagkhang, no norte da Índia, onde vive exilado desde 1959.
Reconhecido mundialmente por sua mensagem de paz, compaixão e não violência, Gyatso se tornou um símbolo global de resistência e espiritualidade.
As homenagens ao líder ocorreram em clima de devoção e solidariedade. Entre os que enviaram mensagens públicas de felicitações estão o primeiro-ministro indiano Narendra Modi, que exaltou o Dalai Lama como “um símbolo duradouro de amor e disciplina moral”, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, que destacou o papel do líder como “inspiração global por sua mensagem de unidade e compaixão”.
Sucessão espiritual desafia a China
Durante a semana que antecedeu seu aniversário, o Dalai Lama fez um dos anúncios mais aguardados dos últimos anos: confirmou que pretende reencarnar, encerrando especulações sobre a possibilidade de ser o último ocupante do posto.
Segundo ele, a escolha do próximo Dalai Lama seguirá os rituais tradicionais budistas e ocorrerá fora da China, em um local que ele definiu como pertencente ao “mundo livre”. A declaração representa um desafio direto ao governo chinês, que insiste em manter o controle sobre a sucessão da liderança espiritual tibetana.
Pequim afirma que possui o direito de aprovar qualquer novo Dalai Lama, como parte de sua política de controle religioso sobre o Tibete, região ocupada pela China desde a década de 1950. A rejeição da autoridade chinesa por parte de Gyatso reacende tensões políticas entre os exilados tibetanos e o regime comunista.
Símbolo de resistência e compaixão
Tenzin Gyatso foi reconhecido como o 14º Dalai Lama ainda bebê, em 1937, aos dois anos de idade. Após a invasão chinesa ao Tibete, em 1950, o então jovem líder religioso precisou fugir para a Índia, onde permanece exilado há mais de sete décadas.
Vencedor do Prêmio Nobel da Paz, o Dalai Lama é venerado por milhões de seguidores como a manifestação viva de Chenrezig, o deus da compaixão no budismo tibetano. Apesar do reconhecimento global, ele se autodefine com humildade:
“Sou apenas um simples monge budista.”
Aos 90 anos, Gyatso segue sendo uma das figuras mais influentes e respeitadas da espiritualidade contemporânea, defendendo direitos humanos, autonomia tibetana e a importância do diálogo entre religiões.
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