O Ministério da Saúde abriu, nesta quarta-feira (2), o credenciamento nacional para hospitais, clínicas e prestadores de serviços de saúde interessados em participar do programa Agora Tem Especialistas. A iniciativa busca ampliar os atendimentos especializados no Sistema Único de Saúde (SUS), com o apoio da rede privada, e promete reforçar ações como mutirões, atendimentos em horários estendidos e unidades móveis nas regiões mais remotas do país.
A expectativa é que os primeiros serviços estejam disponíveis à população a partir de agosto. O programa é coordenado pelo Ministério da Saúde, em parceria com a Agência Brasileira de Apoio à Gestão do SUS (AgSUS) e o Grupo Hospitalar Conceição (GHC), e conta com quatro editais distintos para viabilizar sua execução.
“O Governo Federal está mobilizando toda a estrutura do SUS — pública e privada — para enfrentar um dos maiores desafios da saúde pública: a fila por atendimento especializado. Não se trata de competir com a rede existente, mas de apoiar onde há escassez de profissionais ou de capacidade instalada”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante o lançamento da medida.
Credenciamento em três modalidades
O novo modelo de credenciamento abrange três modalidades:
- Modalidade 1: repasse de R$ 2 bilhões anuais para que estados e municípios possam contratar diretamente serviços especializados privados. Estima-se que mais de 282 mil cirurgias, 5 mil consultas e 10,2 mil exames possam ser realizados com a iniciativa. A contratação será guiada por uma matriz nacional de oferta, com foco em áreas como oncologia, cardiologia, ginecologia, ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia.
- Modalidade 2: destina R$ 2,5 bilhões/ano para que prestadores privados atuem em hospitais públicos, aproveitando capacidades ociosas nos turnos da noite, finais de semana e feriados. A previsão é triplicar os atendimentos especializados em mais de 300 tipos de procedimentos.
- Modalidade 3: prevê R$ 1 bilhão para a contratação de 150 carretas de atendimento móvel, com infraestrutura para consultas, exames e cirurgias em áreas de difícil acesso, incluindo territórios indígenas, quilombolas e comunidades vulneráveis. A meta é realizar 720 mil cirurgias, 4,6 milhões de consultas e 9,4 milhões de exames por ano.
Mutirão nacional neste sábado
Como parte da estratégia de aceleração do programa, um mutirão de saúde será realizado neste sábado (5), em 45 hospitais universitários federais vinculados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), ligada ao Ministério da Educação. Estão previstos cerca de 8 mil atendimentos, entre cirurgias, exames e consultas em todas as regiões do país.
“O objetivo é oferecer dignidade, humanização e agilidade no atendimento. Não há nada pior do que esperar meses, ou até anos, por um procedimento de saúde essencial”, destacou o ministro da Educação, Camilo Santana.
Já o presidente da Ebserh, Arthur Chioro, reforçou que o chamado “Dia E” será uma resposta concreta às longas filas que ainda persistem no SUS: “É um esforço coordenado para dar respostas à angústia da população com atendimentos que não podem mais esperar”.
O presidente do GHC, Gilberto Barichello, e o presidente da AgSUS, André Longo, também destacaram a importância da construção coletiva do programa e o papel das instituições na execução das contratações em todo o território nacional.
* Da Agência Fonte Exclusiva. Compartilhe esta reportagem do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Estado do Espírito Santo.