O Banco Central (BC) divulgou nesta quarta-feira (26) o novo Relatório de Política Monetária (RPM) com atualizações das expectativas para o desempenho da economia brasileira. Segundo o documento, o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 2,1% em 2025, acima dos 1,9% estimados no relatório anterior, enquanto a projeção de inflação recuou de 5,1% para 4,9% no mesmo período.
Apesar do leve otimismo com o crescimento, o BC alertou que há “perspectiva de desaceleração da atividade ao longo do ano”. A economia brasileira, embora tenha registrado expansão de 1,4% no primeiro trimestre, é impulsionada sobretudo por setores menos sensíveis ao ciclo econômico, como a agropecuária.
Inflação ainda preocupa
Mesmo com a ligeira redução nas projeções inflacionárias para 2025 e 2026 (de 5,1% para 4,9% e de 3,7% para 3,6%, respectivamente), a inflação ainda permanece acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
O documento ressalta que a inflação acumulada em 12 meses subiu de 5,06% em fevereiro para 5,32% em maio, ainda que a alta tenha sido levemente inferior à esperada.
“A inflação se mantém acima da meta e as expectativas permanecem desancoradas”, destaca o relatório.
Entre os fatores que contribuem para a pressão inflacionária estão a atividade econômica mais forte que o previsto e resistência nos preços administrados. Por outro lado, apreciação cambial e queda nos preços do petróleo ajudaram a conter o avanço dos preços.
Política monetária contracionista
A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na terça-feira (24), reforçou a necessidade de manter a política monetária em patamar contracionista por um período prolongado para assegurar a convergência da inflação à meta.
O relatório prevê que a inflação acumulada em quatro trimestres seguirá acima de 5% nos três primeiros trimestres de 2025, caindo para 4,9% no final do ano e atingindo 3,6% no quarto trimestre de 2026 – horizonte considerado relevante para a política monetária.
Mercado de trabalho aquecido
No cenário doméstico, os dados de atividade econômica e mercado de trabalho surpreenderam positivamente, com queda na taxa de desemprego, aumento da ocupação e maior taxa de participação da força de trabalho. Esses fatores contribuem para um ambiente de consumo aquecido, o que pode dificultar a desaceleração dos preços.
Ambiente externo adverso
No campo internacional, o BC considera o ambiente ainda adverso e incerto, especialmente em função das tensões geopolíticas e da condução das políticas fiscal e comercial dos Estados Unidos. A volatilidade nos mercados globais também tem afetado os ativos financeiros e influenciado as condições econômicas internas.
“O cenário global exige cautela dos países emergentes, incluindo o Brasil”, alerta o relatório.
*Com informação da Agência Brasil. Compartilhe esta reportagem doGiro Capixaba, o melhor site de notícias do Estado do Espírito Santo.