A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro pediu autorização ao Supremo Tribunal Federal (STF) para acompanhar presencialmente a acareação entre Mauro Cid — ex-ajudante de ordens — e o general Braga Netto, marcada para terça-feira (24), às 10h, no âmbito da ação penal que apura a trama golpista de 2022.
Em petição enviada ao ministro Alexandre de Moraes, o advogado Celso Vilardi afirmou que entrou em contato com o cerimonial do STF e foi informado de que o acesso à audiência será restrito aos advogados dos réus diretamente envolvidos no ato e que não haverá transmissão da sessão.
“Tratando-se de ato de instrução probatória realizada no âmbito de ação penal, requer-se que seja garantido acesso à audiência ao subscritor da presente petição, advogado constituído na presente ação penal, que irá se deslocar para Brasília a fim de acompanhar presencialmente a audiência designada”, argumentou Vilardi.
A acareação foi solicitada pela defesa do general Braga Netto, que busca esclarecer as acusações feitas por Cid, colaborador da Polícia Federal, que o implicam diretamente em um suposto plano golpista denominado “Punhal Verde e Amarelo”, o qual teria incluído o repasse de dinheiro em uma sacola de vinho para membros do Exército ligados ao chamado grupo “kids-pretos”.
Ambos os militares são réus na ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado. Braga Netto, ex-ministro da Defesa, está preso desde dezembro de 2024 acusado de tentar obstruir as investigações e obter informações sobre a delação de Cid.
Durante depoimento prestado no início deste mês, Braga Netto negou qualquer envolvimento no plano ou o repasse de recursos. Segundo ele, jamais participou de reuniões para tratar da ruptura institucional ou financiou atividades ilícitas.
Outra acareação no mesmo dia
Após a audiência entre Cid e Braga Netto, está marcada uma segunda acareação, entre o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-comandante do Exército general Freire Gomes, às 11h da manhã.
Torres, também réu no núcleo político da trama golpista, é acusado de ter participado das articulações para anular o resultado das eleições presidenciais de 2022. A acareação foi solicitada pela sua defesa, com o objetivo de esclarecer contradições nos depoimentos do general Gomes à Polícia Federal.
Freire Gomes foi uma das autoridades presentes em reunião na qual Bolsonaro teria apresentado estudos jurídicos em defesa de uma intervenção das Forças Armadas.
*Com informação da Agência Brasil. Compartilhe esta reportagem do Giro Capixaba, o melhor site de notícias do Estado do Espírito Santo.
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