Mesmo após mais de duas décadas no ar, os reality shows de confinamento continuam sendo campeões de audiência e gerando forte engajamento nas redes sociais no Brasil. Fenômenos como o “Big Brother Brasil” (TV Globo), “A Fazenda” (Record TV) e “De Férias com o Ex” (MTV/Paramount+) conquistam o público a cada temporada com fórmulas que misturam conflitos, romance, eliminações e a participação ativa do espectador. Mas por que esse formato continua tão popular em pleno 2025?
Um formato que evolui com o tempo
O primeiro “BBB” foi ao ar em 2002. Desde então, o formato foi se reinventando: incorporou redes sociais, votações online, publicidade interativa e convidados famosos. É uma adaptação constante às novas linguagens e plataformas, o que garante sua permanência no topo.
Em “A Fazenda”, a dinâmica com celebridades e influencers gera um engajamento natural, com torcidas formadas por fãs de diferentes nichos da internet. Já o “De Férias com o Ex” aposta no drama e na liberdade de comportamento dos participantes para viralizar cenas em aplicativos como TikTok e Instagram.
O fator “vida real”
Segundo o antropólogo Roberto Motta, da Universidade Federal Fluminense (UFF), o fascínio pelos realities está em sua capacidade de simular situações reais com um toque de dramatização: “É voyeurismo emocional. A gente assiste para julgar, se identificar, torcer e projetar nossas emoções”.
Em tempos de polarização e excesso de informação, esse tipo de conteúdo se apresenta como entretenimento direto e fácil de consumir, oferecendo espaços para o público se sentir parte do jogo.
Celebridades e influenciadores nascem dos realities
A influência desses programas vai além do entretenimento. Muitos ex-participantes transformam a fama efêmera em carreira nas redes sociais, na música, na moda e na publicidade. Juliette (BBB21), Jojo Todynho (A Fazenda 12) e Rico Melquiades (A Fazenda 13) são alguns exemplos de quem virou estrela nacional após vencer realities.
Dados comprovam o sucesso
Em 2024, o “BBB 24” foi o programa mais comentado do Twitter no mundo durante três meses consecutivos. A final da temporada teve mais de 1 bilhão de votos e uma audiência média de 28 pontos na Grande São Paulo, segundo o Kantar Ibope.
“A Fazenda 15” também bateu recordes de visualizações em cortes e trechos de brigas no TikTok, com alguns vídeos superando 10 milhões de views em menos de 48 horas.
Realities no streaming e o futuro do formato
Plataformas como Netflix, Amazon Prime Video e Globoplay investem cada vez mais em realities próprios, com foco em nichos específicos: gastronomia, relacionamento, sobrevivência e competição. Isso mostra que o formato não está apenas se mantendo relevante, mas se diversificando.
Segundo a consultoria PwC, o mercado global de reality shows deve crescer 14% até 2027, impulsionado pelo consumo digital. O Brasil está entre os três países que mais produzem e assistem ao gênero.
Realities de confinamento não são apenas uma moda passageira. Eles se tornaram parte integrante da cultura pop brasileira, moldando comportamentos, criando ídolos e promovendo discussões em tempo real nas redes sociais. Com adaptação contínua e um público fiel, o futuro do formato segue promissor.
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