O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a usar palavras duras nesta segunda-feira (9) para reagir aos protestos em Los Angeles, classificando as manifestações como “insurreição” e prometendo resposta violenta caso haja desrespeito às forças de segurança.
Pela rede Truth Social, Trump escreveu:
“Se cuspirem, nós iremos bater, e eu prometo que eles serão golpeados mais duramente do que jamais foram. Tal desrespeito não será tolerado.”
As declarações vêm após três dias consecutivos de protestos contra operações do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) em bairros da cidade. As ações, que visavam prender imigrantes em situação irregular, provocaram reações da comunidade local e confrontos com a polícia. Manifestantes atiraram pedras e ovos em viaturas e queimaram bandeiras dos EUA, segundo reportagens do Washington Post.
Envio da Guarda Nacional
Trump determinou o envio de dois mil militares da Guarda Nacional, que já começaram a ocupar pontos estratégicos de Los Angeles desde o domingo (8). Segundo o presidente, o objetivo é “restaurar a ordem” e “expulsar imigrantes ilegais”.
O vice-chefe de gabinete da Casa Branca, Stephen Miller, foi mais incisivo ao afirmar que os protestos configuram “insurreição”. As prisões somam pelo menos 56 detidos entre sábado e a manhã desta segunda.
Choque com autoridades locais
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, e a prefeita de Los Angeles, Karen Bass, condenaram a militarização da crise e acusaram Trump de agir sem coordenação com o estado.
Newsom declarou no X:
“Esta é uma missão equivocada e vai corroer a confiança da população.”
O governador também pediu a retirada das tropas federais, que classificou como “invasão inconstitucional”, e alertou sobre a possibilidade de agravamento da violência por causa das falas do presidente. Trump, por sua vez, rebateu com ironia, chamando Newsom de “Gavin Newscum”, numa provocação política.
Clima de tensão
Em meio à escalada verbal, Trump sugeriu que os protestos seriam organizados por grupos radicais de esquerda e financiados por “manifestantes pagos”, sem apresentar provas. Ele também ameaçou intervir diretamente se as autoridades locais não agirem:
“Se o governador Gavin Newscum e a prefeita Karen Bass não conseguirem fazer seu trabalho — o que todos sabem que não conseguem — então o governo federal intervirá e resolverá o problema.”
O episódio reacende os debates sobre uso da força militar em território nacional e o direito à manifestação política, especialmente diante de medidas de repressão em contextos de protestos civis.
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